top of page
Xavier Placer
PRAZER de olhar e ver –
o estremecimento elétrico na anca do cavalo;
essa energia centrada em passarinho a saltar
verticalmente – tiziu! tiziu!;
a verdura no canavial com a estrumeira fumegando;
onde cachoeirava e as lontras, vulgo cachorro-d'água
vinham, não vêm mais, se banhar;
o leve beija-flor, dardo emplumado;
tesouras, tesouras– e o pontilhado delas lá na ogiva
anil do céu...
LOUVOR ao licor no cálice!
Louvor ao vinho no copo!
Louvor à caninha da terra;
dois dedos na caneca de plástico
ou no caneco de louça a bem-medida golada.
Louvor dos louvores à água
a água bebida à concha da mão
em cuia ou cabaça
água de moringa de barro na sombra
ao término da ensolarada caminhada...
Pag
11/23
bottom of page
