Xavier Placer
TAL LÁ pra trás ficasse um incêndio
pela estrada galopa o garanhão.
Lança-se pra frente encurtando o espaço
com seu branco perfil retilíneo.
Os cascos tocam o solo
e tocam
só o tanto pra gerar novo impacto.
Levita! o garanhão branco levita!
Ao sumir, dura ainda no compasso das patas, dura
o tempo de se ir dissipando nos olhos
um guerreiro vigor de formas – brancas
FOGO, fogo pelas ribanceiras – Ninguém o ateou.
O capim colonião estrala.
O fogo tem fome, ardem as altas labaredas até o limite
do desmatado.
Lastreará pelo milharal, que já granou?
A gente assiste cá de baixo – nada se pode. O fogo tem
goela de jibóia.
Depois uma coroa de cinza negrejará (ilhada) naquele
verde insultado.
Pag
10/23
