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Xavier Placer
XXVI
EM REGAÇO de rei adormeceste. Os dedos das favoritas te cofiaram. E o pintor da Corte te reservou lugar no quadro.
Entre sedas, em Sião, nos coxins da tua disponibilidade ausente lambias e pelúcia do pelo. Porque esse antenar orelhas castanho-escuras era só para captar o murmulho das vozes... Ornamental.
Mas quanta felinidade indagora nessas unhas retráteis!
Amendoados e luminosos – quem não vê perpassar de fugida, na água-marinha de teus olhos, os relâmpagos de Shiva?
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