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Xavier Placer
d
HÁ o silêncio dos amantes.
Há o silêncio do deserto.
Ainda o extremo silêncio
da palavra - todo instante
defasada no tráfico da fala,
no ruído e pântano da praça.
Silêncio de antes de o tempo
por dentro roer cada fonema,
audível na hora acesa do poema.
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FOI a flecha além do alvo,
caiu do outro lado do mar.
De pronto ele reconheceu
aquele lugar, entrevisto
já na vontade, na idéia.
De volta do acaso feliz
os olhos mal se acomodam.
É um deslumbrado da luz,
da criadora, aguda luz.
E seu ouvido não esquece
que, ao claro ir e vir
dos deuses, nascia a música.
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