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HÁ o silêncio dos amantes.

Há o silêncio do deserto.

Ainda o extremo silêncio

da palavra - todo instante

defasada no tráfico da fala,

no ruído e pântano da praça.

Silêncio de antes de o tempo

por dentro roer cada fonema,

audível na hora acesa do poema.

 

 

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FOI a flecha além do alvo,

caiu do outro lado do mar.

De pronto ele reconheceu

aquele lugar, entrevisto

já na vontade, na idéia.

 

De volta do acaso feliz

os olhos mal se acomodam.

É um deslumbrado da luz,

da criadora, aguda luz.

E seu ouvido não esquece

que, ao claro ir e vir

dos deuses, nascia a música.

 

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