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e

NENHUM poema é de ninguém.

Só na fraude da linguagem,

só na falácia do discurso,

vale dizer – o meu poema.

 

Vai a mão ágil sobre a página,

vai o grafito rumo ao alvo,

Todos à uma o edificaram,

ela somente o está escrevendo.

Pois à poesia todo o seu bem

lhe vem do alto, e vem

de baixo, de toda a parte:

outra nenhuma a sua honra.

 

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