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XXXIV
 

O DELFIM

ERA UM PRÍNCIPE de agudo olhar, educado numa corte brilhante. Algum dia aquele jovem sentaria no trono do pai para reinar.

       Aconteceu que uma noite, no real salão em festa, o herdeiro atentou nos lábios dos cortesãos e cortesãs, e este meditativo olhar...

       Da boca dos cortesãos e cortesãs seus olhos viram, oh! disparavam perdigotos e morcegos, umas aranhas de pelo reluzente, esterco, cacos de nada e ratazanas.

         E foi silenciando aquele filho de reis. Acabou sentindo perfeitamente desnecessário a palavra. Não confidenciou a ninguém o segredo: “Se me calo – dizia – é para melhor ouvir."

        Verdade que não sentou no trono do pai para reinar, aquele homem de sangue azul, porém amoroso da solidão e do silêncio, foi bastante feliz.

 

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