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XXXIII
 

O QUE ÀS MÃOS ME VEM

QUE ÀS MÃOS me vem não o cortejei. Podia não ter vindo. Talvez fique ou se vá. É o mesmo.

     Se ouro em meus porões armazenei, meu não é, reparto-o com todos. Esta, a minha alegria. Vinde! Vinde!

         Minha pobreza é a minha riqueza. Quanto mais cavo, mais encontro; mais dou, mais tenho. Ninguém possui mais do que eu, dono da vida.

         Porque não sei entesourar, sou fonte. Enquanto fito o Sol, sou imortal. Eu levito. Quem em tal altura me alcança?

         Eu voo, eu voo!

 

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