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Xavier Placer
XXXII
EM LOUVOR
MELANCOLIA, Melancolia, como as tuas mãos são leves! Partem os ardentes mortais para as alvoradas, magnificam-se nas altas claridades, mundos nascem do nada.Tu te calas.
Era sonho? Lá se foi, batem à porta, já , à porta, o Desespero e a Mágoa – comparsas do amor, que essa é a dura lei, a Solidão. E tu te calas.
Ei-la, a passos de seda, agora chega a Tristeza. Que megera! Não há senão que deixa-la passar, a essa bruxa, com os seus trastes e trapos. Morte, onde estás? E tu te calas.
Desce a noite; e com a escuridade, a doce Resignação. Jazemos no pó, sem mitos, sem orgulho. É a tua hora, achega-te, noiva de preto, silenciosa amiga.
Melancolia, Melancolia, como as tuas mãos são leves!
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