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XVII
 
 
A VIDA COMO ESPETÁCULO

TENHO UM AMIGO que aos meus pessimismos contesta: 

     "Ora, a vida como espetáculo é formidável, senão repare.”

      E me atira às mãos  braçadas de impressões que, afinal, pelo menos...

         Coisas assim:

         "Vi hoje uma velhota nariguda caminhando orgulhosa ao lado da jovem filha, espigadinha e também... nariguda.”

      “Assisti à seguinte cena: um homem com os olhos perfeitos atropelar de tombo um cego e sua bengala.”

       “Ontem  no teatro (na plateia,  não no palco), uma linda mulher ciciava à orelha do homem: “Meu tesouro ! Minha riqueza!” - e metia-lhe a mão no bolso, de onde pescava notas só de mil cruzeiros.”

 

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