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Xavier Placer
V
CAMARARDENTE
NEM FEIA nem fria. A morte é. Igual a si mesma. É a morte. Os humanos é que teimamos em enfeiá-la. Com os cristos de metal, os negriroxos, sétimos dias, nosso pranto.
Vidas vegetais foram ceifadas, em obséquio ao morto! dele o colorido e o odor, suas formas. Flores, flores. Mas insistimos em enfear a morte, - às saudades enlaçamos inscrições, ouropéis.
Bocejos entre áureos candelabros, máximas.
E vem a mosca de velório completar o desserviço...
Nem feia nem fria. A morte é. Igual a si mesma. É a morte. Mas tudo ludibrio e mascarada, patati-patatá no círculo da simples, da limpa.
QUANDO DEIXAREMOS ENFIM A MORTE PARA O MORTO, SEU ÚLTIMO DOM?
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