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V
 
CAMARARDENTE

NEM FEIA nem fria. A morte é. Igual a si mesma. É a morte. Os humanos é que teimamos em enfeiá-la. Com os cristos de metal, os negriroxos, sétimos dias, nosso pranto. 

     Vidas  vegetais  foram ceifadas, em  obséquio  ao morto! dele o colorido e o odor, suas formas. Flores, flores. Mas insistimos em enfear a morte, - às saudades enlaçamos inscrições, ouropéis. 

       Bocejos entre áureos candelabros, máximas.     

       E vem a mosca de velório completar o desserviço... 

       Nem feia nem fria. A morte é. Igual a si mesma. É a morte. Mas tudo ludibrio e mascarada, patati-patatá no círculo da simples, da limpa.  

 

    QUANDO DEIXAREMOS ENFIM A MORTE  PARA O MORTO, SEU ÚLTIMO DOM?

 

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