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II
 
O POETA E A ROSA

NO FIM da festa a anfitriã teve este gesto original: a cada conviva, uma rosa.

    Ao meio dia do outro dia o Poeta viu que a flor magnífica, desabrochara, e sorriu. Achegou-se; respirou-lhe o viço – Escreveu um poema: A Beleza e a Morte

       E todas as manhãs assistia em seu quarto-biblioteca àquele rútilo milagre a domicílio. Sim, porque era uma encarnada rosa de náilon que um engenhoso dispositivo posto dentro movia em graça de abrir-fechar e suave odor. 

      Uma semana. Duas semanas. Um mês. 

      Então, nauseado, lançou a sua noiva pela janela, rica de espetáculo de vida, - mas perfeita criatura que não morria, e não morria nunca.

 

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