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I
 
VOCÊ

    ... esse, que vigila ou porque seja demais o cansaço ou porque veio a insônia; 

     esse, que desperto por um grito na noite queda-se a viajar a tela que o luar põe na parede do quarto;

      esse, que atento ao trilo do grilo pensa e cala;  

    esse, que  nas horas de dor se ausenta na paz do painel que a posição da cama permite ao inverso na vidraça;

      esse, que vê os hábeis mercadejar e que sorri;  

     esse,  silenciado pelos  dias  de  Sol  e  os profanos ruídos e que assim que começa a chover e da terra chovida sobe o cheiro, desembarca de longe, estrangeiro;    

      que não atende por nome e a um tempo absoluto só pertence, apátrida, sem par,  -  esse é você.

 

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