Xavier Placer
SALTAMOS com nossos bens móveis e provisões, sonhos à ilharga, penetrando terra adentro.
E a visão da Cidade branca lavou os nossos olhos! Um instante paramos, nos entreolhando. – Avançamos com decisão.
Os contornos cada vez mais nítidos. Ali, dentro daqueles patamares, à sombra dos torreões e aléias, era ali.
Vimos o Sol se pôr, um a um os astros chegarem e a madrugada em seus fogos nos surpreendeu no êxtase da primeira hora.
Muitas eras deviam ter-se consumado, porque ao darmos cobro, verificamos haver feito o círculo inteiro. Estávamos no mesmo lugar.
O imediato acenava, acenava.
Era desusada a sua veemência de homem, pele crestada pelo sal. Mas ele acenava sempre como à aproximação de algum perigo. Houve um momento em que impropérios começaram a jorrar de sua boca.
Corremos para bordo, só houve tempo para alcançar o barco, cujo descascado casco as águas ameaçavam. Os companheiros, nenhum comentou o acontecimento. Mas dele, como peripécia que acontece uma só vez, os olhos se iluminaram para uma nova ótica.
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