Xavier Placer
VER
e sentir a chuva!
Dilatar as narinas pro cheiro da terra a se molhar...
O tolo-inocente, ninguém o segura, corre pro meio dela
no terreiro.
Nu – grita, grita, os cabelos escorrendo nos olhos,
na cara, a água escorrendo pelo corpo.
Quando estoura o trovão, fraterno dos elementos, berra
e gargalha.
Assim que o aguaceiro acabar azulará de horizonte a
horizonte; e no ar lavado,
o ARCO-ÍRIS.
VISIVELMENTE a umidade se alastra na base do barranco.
Experiência do velho Raimundo:
– Já vi, É um olho d'água.
E palpa a terra arroxeada com as costas da mão, a leve
pressão do conhecedor. Certeiro, põe-se a retirar o barro
molhado sem ferir as avencas silvestres, dizendo que carece
raspar devagarinho, à feição de bacia, senão a mina míngua
e some.
Eu penso: fria será a água da fonte amanhã, e azul.
Pag
18/23
