top of page

VER

                 e sentir a chuva!

Dilatar as narinas pro cheiro da terra a se molhar...

O tolo-inocente, ninguém o segura, corre pro meio dela

no terreiro.

Nu – grita, grita, os cabelos escorrendo nos olhos,

na cara, a água escorrendo pelo corpo.

Quando estoura o trovão, fraterno dos elementos, berra

e gargalha.

Assim que o aguaceiro acabar azulará de horizonte a 

horizonte; e no ar lavado,

                                     o ARCO-ÍRIS.

  VISIVELMENTE a umidade se alastra na base do barranco.

Experiência do velho Raimundo:

– Já vi, É um olho d'água.

E palpa a terra arroxeada com as costas da mão, a leve

pressão do conhecedor. Certeiro, põe-se a retirar o barro

molhado sem ferir as avencas silvestres, dizendo que carece

raspar devagarinho, à feição de bacia, senão a mina míngua

e some.

Eu penso: fria será a água da fonte amanhã, e azul.

Pag

 18/23

cmp

bottom of page