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VI
 
 
OS AMANTES

HOUVE UM MOMENTO em que os amantes deixaram o banco e saíram andando. Sob as árvores da praça caminharam lado a lado.

       O vento da tarde espalhava folhas pelo chão. Era no chão que os amantes punham os olhos em silêncio.

      Doía na alma dele a lembrança dos dias antigos – quando ela chegava, não era a aurora que chegava? Ela o compreendeu, quis dizer uma palavra, não pôde.

      Oh instante patético das despedidas, das angústias ocultas, das confidências a meio, das tergiversações !

    Quando  os amantes murmuraram adeus e  se abraçaram, anoitecia na praça, dentro deles fez-se o caos.

 

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