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Xavier Placer
VI
OS AMANTES
HOUVE UM MOMENTO em que os amantes deixaram o banco e saíram andando. Sob as árvores da praça caminharam lado a lado.
O vento da tarde espalhava folhas pelo chão. Era no chão que os amantes punham os olhos em silêncio.
Doía na alma dele a lembrança dos dias antigos – quando ela chegava, não era a aurora que chegava? Ela o compreendeu, quis dizer uma palavra, não pôde.
Oh instante patético das despedidas, das angústias ocultas, das confidências a meio, das tergiversações !
Quando os amantes murmuraram adeus e se abraçaram, anoitecia na praça, dentro deles fez-se o caos.
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