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I
 
 
CERTA VEZ, UM DOIDO

NUM pátio de Casa de Saúde, me chamou de lado e interpelou se eu também o julgava – agitou o dedo em espiral.

    Evidente, a melhor política com um homem, doido ou não é concordar.

      “Ora, por quem sois, Alteza.”

      “Ah, eu sabia, Sr. Duque!”

     Camaradamente me arrastando pelo braço através um corredor, parou comigo no vão da escada.

      “Como se está bem em frente ao mar, pois não?”

      “Decerto.”

      Vi-o  retirar aquela máscara, dolorosa  e  de  pronto  a face de um outro homem surgiu diante de mim.

      “Mas então...”

      “Psiu, as gaivotas podem ver e vão contar.”

      Não disse mais; voltou as costas, ignorou-me, alheou-se – já ocupado no  trabalho de afivelar a máscara, o doido.

 

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