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        XV

 

C O L E G I A L

 

 

 NAQUELES dias uma paixão impossível me transformara em passeante solitário. Deixando a cidade dos homens, à qual nada me prendia - ou apenas o infortúnio - eu me afastava para o campo.

     Temor de não ser compreendido? Pudor juvenil de revelar um sentimento terno? Nem ela, nem a adorada, soube jamais do amor que inspirava!

   O Sol me surpreendia na caminhada. Ó vigor adolescente! Ia deixando as últimas habitações, os esparsos casebres de chacareiros, sitiantes paupérrimos, e me embrenhava no mato.

       Absorto  (flores-ocultas-por-ai-este-perfume...), alheio a duendes e gnomos, eu prosseguia (este-é-de-folhas-secas-úmidas-pisadas...) até alcançar um lugar propício: uma clareira, uma fonte, uma pedra.

     Ali, debruçado sobre a minha mágoa, porém sem nela pensar diretamente, dava suspiros que espantaria os pássaros mas ninguém escutava, e me esquecia, feliz como um apaixonado desgraçado!

      Levava sempre um livro: não o abria. Que me podia dizer outro poeta? Sim, outro poeta, pois eu o era também - um poeta de poemas tão belos quanto os mais belos, que apenas não se escreviam..

 

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