RUA: ROSTOS
Vou na tarde sentindo a multidão
Entranhem-se estes versos de ruídos
Logomarcas odores gestos óxidos:
A rua é um resumo do universo
Fecham os bancos. Garrafais manchetes
Deixar! Há frustas ambições nas almas
Angústias desacordos nervos, há
Desamores e infaustos desenganos
É o redil a cidade a megalópole
Dos homens. – O longínquo azul descora
Quem move o imenso carrossel, pra que?
(Venha a noite. Que a treva apague tudo
Só não apague a trágica beleza
Desses rostos de Homem contra a Dor)
Pag
13/27