top of page
XXIV
 
SALINAS/SALINAS

AS SALINAS.  De longe, já se anunciam pelos moinhos: dálias-gigante espalhadas na planície.

        E o sal. Concreção em prismas faiscando ao Sol – retalho de vista polar inserida no trópico. O oceano nestes litorais tem reentrâncias de lago. O vento desafia o rosto e vem gana de gritar: Eh! Eh! Eh!

         Salinas. Ah, os trabalhadores do sal!

         Há a linha do horizonte. Há a luz nova das manhãs e o zarcão das tardes. Há também andorinhas marinhas, solitárias, em bando. Há muita coisa de ver:

         o guaiar da ressaca, a asa triangular de um veleiro porfiando terra firme...

    Para os trabalhadores, para estes  com seus chapelões-antolhos, a grossa tarefa que curva o dorso e greta os pés – puxar sal dos cristalizadores.

 

Pag

 26/30

cmp

bottom of page