top of page
Xavier Placer
Como pequeno deserto. Como pequeno deserto no longínquo
de nós dois. Ali, oculto espaço, eu e o poeta-companheiro,
ali não éramos.
Porque? Como? Difícil definir o que, nestas vias, só o absoluto
diálogo atinge. (Um dia esperávamos na fila; Lô entrou primeiro,
quando fui entrar, a porta do coletivo num arranco se fechou,
ela partiu, e nunca mais. Ah, mas isto me aconteceu com uma
amiga, é outra coisa, é outra coisa).
Mais uma vez fixamente nos olhamos.
E o momento não chegou.
Nem chegará. – O poeta-companheiro morreu ontem. Agora
hei de sempre lamentar! Ou não? Não sei. Não sei. Agora só sei
do enorme deserto e que ele é morto.
Pag
07/27
bottom of page
