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  Viajar é bom. Nas minhas andanças pelo interior fluminense gostava de perguntar e ouvir.

     Como não eram viagens para recolher documentação, antes fuga sentimental, não tomei uma nota no "momento: para melhor evocar depois"

     Contar detalhes de viagem é monótono. Trouxe para o papel apenas o essencial: as legendas.

     As legendas. Nascidas de um fundo real, ampliadas de traços imaginados pelo tempo, são como seixos rolados e têm a mesma beleza sóbria.

     A muitas, a quase todas. para que não fossem apenas histórias de mentira, o povo acrescentou a moralidade. Seixos perfeitos.

     Claro, não era a veracidade, nem a lição, o que a mim interessava. Tampouco entendo de etnologia, etnografia, folclore, respeitáveis especialidades.

     Algum dia escreverei a lenda do "Mão de Luva" dos "sertões de Macacu", depois Cantagalo; também me emocionará referir a agonia e morte da antiga vila de Santo Antonio de Sá; assim outras e outras.

     Por ora fico nestas sete. Sete, número de mentiroso. Confesso: o que me seduzia, a par da expressão peculiar de boca que falava, era o estranho, o maravilhoso, o romanesco.

     E assim nasceram estas sete legendas. Foram escritas – será preciso dizê-lo ? – sem ufanismo sim, porém com entusiasmo e grande amor.

     

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