Xavier Placer
AVENTURA DO PRIMEIRO CIGARRO
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Para Manuel Ribeiro.
ANDARIA então – como vai longe esse tempo! – pelos meus onze anos. Ao chegar à tarde da escola ia botar a pasta no lugar – aquela pasta de couro com chavinha, presente de papai, e que para fazer figura eu abarrotava de livros inúteis – bebia meu café em três goles e… Perigosa fronteira!
Teresinha, minha irmã, dois anos mais velha que eu, vendo-me com o pedaço de pão, era a conta: “– Lá vai ele, mamãe!” Que raiva! Não me dava uma folga, a malvada. Aproximava-me dela de punho erguido, ameaçando-a em voz baixa, não me fosse ouvir minha mãe. “– Não se meta comigo não, sua burra!” Ora, Teresinha nada tinha a perder. Olhava-me atrevidamente, ria alto e parodiando o “filho de peixinho”: “– Sou burra ? Irmão de burra, burrico é!” Não era preciso mais; atirava-me a ela, engalfinhávamo-nos numa luta barulhenta. Lá de dentro a voz severa de minha mãe fazia ouvir-se entre nós: “ – Que é isso, meninos ? Oh, crianças impossíveis!” E para mim: “ – Temos rua, não é, “seu” Mário ?” Desesperado, fazia-me submisso na voz “ – Vou brincar um pouquinho lá fora. É só um pouquinho, mamãe!” Aguçava o ouvido. Não havia respondido nada ? Ora, quem cala consente, era dela mesmo o ditado. Fazia uma careta, silenciosa e triunfante, à mexeriqueira da minha irmã e, antes que qualquer demora imprudente me perdesse, escapulia para a rua.
Esta cena repetia-se todas as tardes, invariavelmente. Hoje compreendo: Teresinha não era má. Não; é que minha irmã se aborrecia mortalmente com a reclusão e os bordados. E, menina, não podendo desfrutar igual liberdade, invejava as minhas regalias e defendia-se a seu modo. Aquele “moleque!” que me atirava muitas vezes em nossas discussões não era propriamente injurioso, significava apenas isto: “Seu felizardo! Enquanto que eu tenho de me contentar com as breves horas de recreio da escola…” Quanto à minha mãe, – “temos rua, não é, seu Mário ?” – era apenas por um desencargo de consciência, para guardar as aparências, não devia afrouxar muito as rédeas. Pela manhã, porém, enquanto Teresinha se encontrava na escola, ajudara-a tanto, ora a fazer compras, ora a levar recados, que de boa vontade me reconhecia tacitamente o direito àquela liberdade. Contanto que estivesse em casa à hora da chegada de papai, para o jantar, tudo estaria bem. Por minha parte eu a compreendia e não abusava. E aquela liberdade, talvez por ser tão escassa, parecia-me maior...
Ao portão, já respirava satisfeito. Livre! Olhava a rua. Onde estavam os companheiros ? Ninguém ? Já sabia onde encontrá-los. E, sem perda de tempo, saía correndo para o “refúgio”. Chamávamos assim ao nosso campo de futebol, vasto terreno baldio cercado de sólido muro de tijolo vermelho, cru, que ficava ao extremo da rua. Tenho ainda diante dos olhos a grande tabuleta maltratada pelo tempo, com os dizeres em negro:
TERRENOS
vende-se
Tratar na rua Visconde de Cairu, nº…
O número já não se deixara ler; as próprias letras, aliás, feitas por mão inábil, precisavam ser adivinhadas. Pudera, quantas vezes não fazíamos do pequeno retângulo de madeira o alvo das nossas pedradas! “– Vamos ver quem mira nos RR!” Um, dois, três, pá, pá! “– Acertei!” “ – Quem acertou fui eu!” Oh o refúgio”! Quando não havia jogo ou depois dele, ficávamos deitados na grama até escurecer. Uns a mordiscar as espiguilhas do capim, outros a pegar luta romana, quase sempre a conversar. Foi ali que fiz o meu aprendizado teórico e prático, de biologia e outras ciências afins… E tão completo, que mais tarde bastou corrigir algumas noções confusas, que pecavam pelo exagero, e sorrir de certas superstições, pois o conjunto estava certo…
Havia poucos companheiros no “refúgio” aquela tarde. Não recordo se Mário, meu xará, se encontrava ali; lembro-me do Zé-Balão, do Fernando e do Arturzinho. Aliás esse trio era inseparável, Zé-Balão, o cabeça. Mulatinho com feições de índio, mentiroso a não poder mais (daí o apelido), era afilhado da nossa lavadeira que o criava. Brigão como ele só. A sua mania era exibir os bíceps. Arregaçava a manga da camisa de meia: – “eu tenho é muque” – e desafiava a gente para a luta romana. Vencia-nos sempre, é claro. Orgulhoso, repetia: “– Estão vendo, seus moles ? Quando crescer vou ser é “boxeur”. Não foi, soube mais tarde que morrera estupidamente de um tiro… Não nos entendíamos muito bem. Como me visse, quando ia entregar a roupa em casa, varrendo às vezes o quintal, e como me negava a lutar com ele, chamava-me “mulherzinha”. Mulherzinha. Como isso ofendia a masculinidade nascente de meus doze anos, como me feria! Vingava-me atirando-lhe nas bochechas: “– Por que não vai se meter com Fernando, seu covarde !”
Era o ponto fraco do mulatinho gabolas: apesar de camaradas agora, aquele havia-lhe esmurrado a cara em outros tempos, e vinha daí e de sua maneira de portar-se, a superioridade que Fernando desfrutava entre nós. Sólido, atarracado, sisudo como uma pessoa grande. Mas que danado para acertar em passarinho com atiradeira! Estava conosco deitado displicentemente na grama, resmungando de quando em quando um monossílabo. De repente punha-se de pé: “– Vamos chumbar passarinho, pessoal ?” A gente saía com ele para os lados do edifício da “Companhia de Força e Luz”. Havia ali um grande número de fios elétricos onde andorinhas pousavam aos bandos: “– Devagar, pessoal, senão espanta!” E o Fernando, que já levava a atiradeira armada de uma pedra escolhida (andava com os bolsos cheio delas), pessoal, senão espanta!” E o Fernando, que já levava a atiradeira armada de uma pedra escolhida (andava com os bolsos cheio delas), tomava a dianteira e, o elástico estirado à altura das sobrancelhas espessas, mirava. Plá-que! O bando se dispersava, uma coisinha escura riscava verticalmente o espaço. “– Matou! Matou!” e corríamos todos para o mato. Bico entreaberto, manchada de sangue a alva plumagem do peito, sentíamos nas mãos o corpo ainda quente do pássaro. Fernando apanhava a ave agonizante e guardando-a no bolso como uma coisa qualquer:
“Isto com arroz!” e lambia os beiços. “Coitada”, pensava comigo. Mas lembrava-me da cara de Zé-Balão – “Mulherzinha” – e guardava para mim a piedade… Era preciso ser forte, como os outros – um homem!
Já no Arturzinho eu encontrava o meu melhor amigo. Diziam que nos parecíamos; vendo-nos juntos, alguém perguntara certa vez se éramos irmãos. Não sei porque, gostei da ideia, sorri para ele e passei a considerar-me dali em diante seu irmão. Não tinha nenhuma das qualidades pessoais que constituíam em nosso mundo infantil um título de superioridade; sua vantagem, e não pequena, consistia em ser filho de “seu” Manuel, um dos sócios da “Confeitaria e Bar Flor do Minho”.
Lembro-me ainda como se tivesse acontecido ontem. Estavam os três naquela tarde espichados na grama, cigarro no bico, em tranquila conversa. Estaquei surpreendido. “– Você quer fumar, Mário ?” fez meu amigo dando pela minha presença. Antes que eu respondesse Zé-Balão se intrometeu: “– Ora, não dê a ele, é estragar cigarro… Quantos tem ainda ?” e, segurando o cigarro com um jeito todo especial, expelia a fumaça pelo nariz.
Sentia-me picado com a observação; num relance compreendi o que cumpria fazer. Era estragar cigarro? Pois eu ia mostrar àquele sujeitinho que se enganava. “– Quero, me dê”. Como uma advertência de bom. Fernando achou-se na obrigação de observar: “– Olhe lá, hum!”, enquanto Arturzinho esperava. indeciso. “– Me dê, não estou pedindo ? Que marca é ? “ – Iolanda, Iolanda ovais ”, e o meu amigo atirou-me o cigarro que – oh vergonha” – não fui destro para apanhar no ar.
Sentei-me com eles, e eis-me a fumar o meu primeiro cigarro. Duas, três chupadas, e foi o bastante para tornar-me alvo de Zé-Balão, que não me perdia de vista. “– Mário não traga! Eu não falei, Mário não sabe fumar. Assim, rapaz, é assim” E mostrava-me.
Fiz tudo para colocar-me à altura dos ensinamentos do mestre. Inútil. Sorvida com ímpeto, a fumaça engasgou-me; tive um acesso de tosse que me dava a impressão de destruir as entranhas, sufocar-me. “– Ah, ah, ah … ele está vermelho que nem siri cozido!” gozavam os três. E Fernando: “– Parece mais é sapo-boi fumando!” A cabeça zonza, eu enxugava os olhos marejados de água, apelando ao mesmo tempo para o meu amor próprio: – Puxa, mas isto é forte à beça, heim !” Arturzinho:
“– Que forte nada, cigarro de quinhentos réis!” Também se o velho descobre que eu tirei... “ Zé-Balão: “– Outro, me dê outro!”
Talvez fosse menos infeliz numa nova experiência. Sacudi longe o maldito cigarro. “– Para mim também, Arturzinho!” Houve protestos, mas o meu amigo cedeu. Agora limitava-me a chupar a fumaça e expeli-la. E fumei este segundo e mais outro. A carteira esvaziava-se; quis a carteira vazia, guardei-a. Súbito, possuído de um intenso remorso, resolvi voltar para casa.
“– O que, já ?” admirou-se Teresinha.
Não lhe dei resposta; ouvindo porém minha mãe pedir-lhe a caixa de costura, apanhei-a de sobre a mesa e levei-a. Minha intenção era ser-lhe agradável, sentia necessidade de ser-lhe agradável. Mas com medo de que me lesse a falta nos olhos, achei conveniente disfarçar, beijando-a.
Infeliz, precipitada ideia! “– Que cheiro!” exclamou, afastando-me. “– Você andou fumando, Mário ?” “– Eu não, mamãe !”
“ – Deixe eu ver”. “– Eu não, eu não, mamãe…” e fui me escapulindo. Minha mãe seguiu-me: “– Pois deixe eu ver, menino”. Compreendi que estava descoberto, que o beijo imprudente me traíra, e conhecendo a severidade de minha mãe, fugi. “– Venha cá, “seu” Mário!” Mas eu já estava longe.
Que fazer ? Que fazer agora, meu Deus? Se minha mãe me pegasse, estava perdido. Uma surra. E que horror tinha eu de apanhar! Já imaginava a satisfação perversa de Teresinha:
“– Bem feito, é bem feito!” Também para que fora beijá-la ! Antes tivesse seguido o conselho dos companheiros: “– Para tirar o cheiro da nicotina basta a gente pôr o bafo três vezes numa parede de cal” Tão fácil, e não o fizera. Agora era inútil, estava perdido.
Joguei fora a maldita carteira vazia, e vi que não me restava senão isto: esconder-me. Colando-me às paredes, nas pontas dos pés, dirigia-me para o telheiro de lenha do nosso quintal. Ali era seguro, não havia perigo.
Ao entrar, uma galinha que chocava num caixote, espantou-se fazendo ruído. Bicho desgraçado. Pus-me a acariciá-la de manso, muito de manso, ela foi-se aquietando, afinal sossegou. Graças a Deus, estava sanado o perigo! Arrumei umas achas, sentei-me. O queixo na mão, olhando a galinha que me fitava com um pequeno olho vivo, entrei a considerar a minha sorte. Que seria de mim agora ? Minha mãe, decerto não me procuraria. Esperaria que eu voltasse para jantar na hora habitual, e então me acertaria as contas em presença de papai. Oh, era horrível! E arrependia-me de não ter me entregue no primeiro momento. Se o tivesse feito, já teria agora levado a surra e estaria salvo. Enquanto que assim… Voltava-me para Deus, fazia promessas à Virgem. “Minha Nossa Senhora, se tudo acabar bem, se ela não me bater, prometo fazer tudo direito de agora em diante, até matemática hei de estudar durante um mês inteirinho. Matemática durante um mês inteirinho”, repetia, querendo bem claro esta última cláusula, pois apesar de tudo, a matemática me assustava. O ruído da galinha, acomodando-se, desviou-me a atenção das promessas. Esqueci-me por momentos a contemplá-la. Que bom se não houvesse gente no mundo! Bicho, todos bichos... Galinhas, por exemplo. Mas de novo a certeza da surra me assaltava. Oh, como era infeliz! E desejei não ter pai, não ter mãe, irmã, ser sozinho. Se fosse sozinho! Para que fora meter-me a fumar, meu Deus! E arrependia-me ainda mais porque sentia agora que não havia experimentado prazer algum com aquilo. Não havia, ao contrário. Fizera-o a princípio por simples tentação, e a seguir para mostrar-me aos companheiros. Parece exagero, mas lembro-me que suspirei sinceramente pela morte, em último caso procurada pelas próprias mãos, com a condição apenas de que não doesse muito. E fechava os olhos, acreditando que bem podia, assim, acordar no outro mundo...
Nisto ouvi o sino da matriz dar as Ave-Marias. Seis horas. Meu pai devia estar chegando para o jantar. Pronto, resolvera-se o meu destino! Ficaria ali para o resto da vida. Por que não ? No romance em fascículos que mamãe estava acompanhando não havia um moço que fizera o mesmo ? Evocava a voz de Teresinha, lendo com ênfase, às quartas-feiras de noite:
“Não seria pois do nosso pobre Maurício a jovem e bela Helena. O rico e poderoso Conde de Monte-mor, a tal maldade conduz o dinheiro uma alma negra como a sua, arrebatar-lhe-ia. – Desgraçado, pagarás com o sangue das veias tua insânia! Exclamou o jovem enamorado. Helena enxugando os olhos e caindo-lhe ternamente nos braços: – Meu amado, não faças tal, que Deus vela pelo nosso amor. Tenhamos paciência e esperemos. Mas os dias do Conde de Monte-mor estavam contados na alma do jovem Maurício – Encomenda-te a Deus, celerado, três vezes monstro! e, erguendo no ar o seu valoroso punhal… “
Não sei porque, fazia-me bem imaginar truculências naquele momento. Quando dei por mim, estava identificado com o moço infeliz, com ele vagava por florestas, alimentando-me de frutos silvestres, dormindo em cavernas, “foragido da justiça dos homens, mas perto da justiça de Deus”, como esclarecia o romance. Sim, faria o mesmo. Era o que me restava. Quando viessem ao quintal me encolheria, eles de nada se aperceberiam. Depois, alta noite, quando estivessem dormindo, entrava em casa devagarinho, apanharia um pedaço de pão com manteiga, bem grande e -- adeus, para nunca mais! Que vida! Não estudaria, não iria às compras, só eu mandaria em mim, só eu. E eles que chorassem, que morressem de desgosto. Para maior castigo, quando fosse grande, me apresentaria em casa, todo rasgado, cabelos crescidos. “– Eu sou Mário. Estão vendo o que fizeram de mim por causa de um simples cigarro ?
Entretanto o tempo foi passando; absorvido na audácia de meus planos, porém, não havia notado o escuro. Mas de repente, ouvi barulho em casa e a voz angustiosa de minha mãe: “– Dona Letícia, seu garoto está aí?” Era a vizinha; minha mãe consultava-a pelo muro, decerto. A italiana respondeu qualquer coisa sobre Osvaldo, que não percebi. “Pois é. Não apareceu para o jantar” tornou minha mãe. Houve uma pausa. De novo a italiana falou. E minha mãe: “– Mas meu Deus, onde se teria metido esse menino!” Fez-se silêncio completo. Ah, bem feito, estavam preocupados com minha ausência. Pois seria duro, meu plano estava feito e ia só esperar o momento para executá-lo. Então, conciliado com meu triste destino, cansado de tantas emoções, recostei-me nas achas; pouco depois, insensível, docemente, abolia o mundo e os meus problemas…
No primeiro momento não soube onde me achava. Passei a mão no rosto, olhei espantado. A lua… o telheiro… Que era aquilo ? Onde estava ? Num relâmpago compreendi tudo: o cigarro, o cigarro!.
Porém o medo do escuro foi maior. Derrubando achas, espantando a galinha que se pôs a cacarejar escandalosamente, deixei o telheiro. “– Mamãe! Mamãe! A casa estava deserta, de luzes acesas e escancarada. fui encontrar minha mãe no portão da rua, à espera de Teresinha e de meu pai que haviam saído pela vizinhança à minha procura.
“– Mas onde se meteu você ?” fez ela, vindo ao meu encontro. “– Mamãe!” e comecei a chorar. A princípio ela tentou mostrar-se severa, mas diante da sinceridade de tantas lágrimas, mudou de atitude, abraçou-me.“– Não chore, pronto, isso já passou”. E pedindo-me explicações de onde andara e dando-me conselhos, serviu-me o jantar. A minha fome era grande, mas diante dela na cozinha, e depois do que acontecera, sentia pudor em comer, e ia-se enxugando as últimas lágrimas na manga da camisa. Não sei se minha mãe compreendeu isto, pois procurou me animar: “– Pronto, meu filho, não faça mais uma coisa dessa, e agora tome o seu jantar, vamos!”
Estávamos nisso, quando meu pai e Teresinha entraram pela casa a dentro. “– Nada, mamãe!” fez minha irmã ainda na sala. Ao mesmo tempo meu pai: “– É melhor eu avisar a polícia !” Minha mãe fez sinal com o dedo sobre os lábios para que eu guardasse silêncio. E com bom humor: “– Ele está aqui!” Aproximaram-se, admirados. Vi minha mãe olhá-los para que se contivessem. E entrou a explicar por mim, a desculpar-me. Já reconhecera que fizera mal, eu havia prometido que tal coisa não mais se repetiria…
Cabeça baixa diante do prato, eu suspirava de quando em quando, profundamente, como que sublinhando a veracidade de suas palavras. “– Esse menino !” Comentou meu pai por fim, meneando a cabeça. E foi ler as notícias do dia na sala.
A atmosfera de drama ia-se dissipando, já se falava de outros assuntos; eu, por meu lado acabava de jantar. Teresinha, cruel: “– Se tivéssemos agora um cigarrinho, hein, mamãe ?” Estranho, não gostei daquilo, mas não lhe tive rancor. Sentia-me culpado, desejava sofrer… Mas minha mãe não lhe fez boa cara, e ela, que se ia entusiasmando, acabou calando-se.
Nunca mais pus cigarro na boca.
1943-44
