Xavier Placer
VI
FOLHAS, folhas pelo ar.
Caem,
trêmulo ziguezague de graciosa geometria,
caem as folhas.
A hora é cálida - a delícia de
enquanto sem relógio flui a hora,
calar e aguçar o ouvido pro estalo plaque! plaque! plaque!
das vagens secas do sombreiro...
HOMEM estirado à aragem, sob copas, mãos ociosas
cruzadas à nuca, uma festa de gráficos caprichos acolho nos
olhos.
O entrelaçamento dos galhos - riscos de nanquim - começa,
cruzam-se, labirintam para o desconhecido. A folhada
nova ornamenta a trama iluminada. E a erva parasita,
trazida pelo pássaro, porfia por calafetar cada rasgão no
verde. Furos de luz - e, num ponto, o olho brilhante do Sol!
O diagrama se repete em negativo, sobre mim, centro de toda
esta ordem-desordem.
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