top of page
XXIII
 
 
GRAVATA SAINDO DA MALA

PELAS MANHÃS - Quijote, cavalgo Rocinante, desfaço agravos, brigo com moinhos de vento nos campos de Espanha, recrio Sancho, meu fiel escudeiro, engendro Dulcinéia.

      Hamlet pelas tardes,  noite  adentro me  entrevisto com o fantasma de meu pai na plataforma de Elsinor, roo o osso da vingança, vomito os mitos, não assassino, mando-a com rompante para o lupanar, à bela Ofélia, essa ninfa.

          Dejejuo alegria, janto melancolia.

      Bonito, até rima, e mais: poesia, cavalaria, altanaria, magia, alquimia... Mas só escamoteia, não resolve. Eu digo: NÃO RESOLVE, Velho.

         Ah, não nascer Filósofo Alemão, a ponta de gravata saindo da mala, eu – zás! – à tesoura, 2 + 2 = 4, e não amola, sim !

 

Pag

 25/37

cmp

bottom of page