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O PEIXE

   

        NA HORA oval

 – tranquila laguna –

é um vidro o mar

Lâmina de prata

espada de lua

súbito espadana

um peixe, e mergulha

Os olhos atônitos:

foi? é? ou nada?

 

 

  Sem rosa-dos-ventos

queimadas as naves

interpelo os céus

Peixe tarde águas

há de perder tudo

quanto o dia deu?

Ou terei com a treva

astros onde ler

a última ciência?

 

 

              O mar ignora

que reflete a imagem

de alguém à margem

A noite quer vir

não contesta a hora:

a tarde entardece

e em seu elemento

já navega o peixe

UM HOMEM SE CALA

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